Diz a lenda que a cachaça surgiu como a maioria das grandes invenções: por acidente.
Na época dos escravos, era comum que os donos de engenho delegassem a produção de melado aos seus servos. Para tal, era preciso colocar o o caldo da cana-de-açúcar em um tacho e levar ao fogo à lenha por varias horas, sem parar de mexer, até ficar com a consistência cremosa.
No entanto, um dia, um dos escravos, exausto pelo excesso de trabalho, parou de mexer e o melado desandou. Para não ser descoberto, escondeu o melado longe dos olhos do seu Senhor.
Passado alguns dias, o escravo encontrou o melado fermentado. Querendo esconder o erro, levou o melado azedo ao forno junto com o melado novo. O melado antigo evaporou (por ser álcool) e formou no teto do engenho goteiras que pingavam constantemente. Adivinhem o nome que as gotinhas ganharam? Pinga.
Toda vez que as gotinhas pingavam em suas costas, machucadas pelo mal trato, torturas e chibatadas, os escravos sentiam dor, e por isso diziam que era uma “água-ardente”.
Com sede, e com as gotas escorrendo pelo seus rostos, os escravos provaram da goteira e viram que depois de diversas gotas, ficavam alegres e tontos.
E sempre que queriam se divertir, tomavam das gotas que pingavam do alto.
(História contada no Museu do Homem do Nordeste)
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