“Cultura é aquele todo complexo que inclui o conhecimento, as crenças, a arte, a moral, a lei, os costumes e todos os outros hábitos e aptidões adquiridos pelo homem como membro da sociedade”. Edward B. Taylor

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Marcelo Gabriel dança por “Um caminho sem passos”

Um espetáculo sensorial, metafórico e inusitado. Marcelo Gabriel mantém a linha chocante de se expressar no palco, falando de fatos reais e polêmicos. Em “Um caminho sem passos” Marcelo Gabriel medita, cai, se agride com espinhos, oferece dinheiro para a platéia e principalmente usa brilhantemente o corpo como forma de expressão de uma "dança burra" que apresenta uma certa leveza pesada, uma sensualidade estranha, um tom melancólico, ora irônico ora certeiro. O título do espetáculo é um Koan, isto é, enigmas sem respostas usados pelos monges budistas para provocar a reflexão de seus seguidores. Dessa vez, o alvo de discussão é a relação unilateral da China com o Tibet. Mas quem não sabe disso, não perde o show. O espetáculo provoca as mais diferentes sensações como riso, emoção, estranhamento e até sono.

Quem assiste o espetáculo sabendo da intenção temática do mesmo, consegue visualizar melhor as mensagens metafóricas do dançarino. Um avental de açougueiro e uma sapatilha de ballet evidencia o contraste entre a agressividade e a delicadeza, entre a supremacia e a fragilidade existente na relação do conflito China x Tibet.

O publico é constantemente convidado a participar do show. O performer interage com a platéia muitas vezes, chegando a ser constrangedor. A intenção parece ser dizer: “veja, essa situação está na sua cara e você não pode fazer nada”. O performer, com um vestido de menina, rebola na cara do publico, como se denunciasse a exploração sexual chinesa às tibetanas.

O espetáculo “Um caminho sem passos” possui traços do teatro contemporâneo, em que o texto não é dramático, mas sim espetacular. Ryngaert (1998) explica que o texto espetacular é aquele que é construído em cena, no palco, junto com o publico. Marcelo Gabriel em seu “Manifesto do Anti-teatro” provoca: “Atenção! O show não tem fim, o espetáculo não pode parar, feche os olhos e durma, não tenho nada a dizer, você é o performer, interprete o texto”.

Marcelo Gabriel mistura dança teatro e show musical, sempre apresentando temas sociais, desde 1987 quando fundou, em Belo Horizonte, a “Companhia de Dança Burra”, criticando a falsa intelectualidade do meio artístico. Marcelo é responsável por toda a produção dos espetáculos: coreografia, textos, direção, trilha sonora, figurino, iluminação, etc e, portanto, considera-se não um bailarino, mas um performer. Além disso, Marcelo abusa da diversidade de linguagens como literatura, vídeo e canto.

O modo como o performer atua se aproxima muito ao “butoh”, que é uma linha de dança, nascida no Japão, no periodo pós guerra, 1959, misturando elementos do teatro tradicional japonês e da mímica. Com o passar do tempo, ficou conhecido como Dança da Escuridão, mas o que melhor define o butoh é a quebra as regras pré-estabelecidas da dança tradicional e a grande possibilidade para a improvisação.

O performer estreou este mês um novo espetáculo: “Quando o sol brilha mais forte a sombra é mais escura”, que aborda o retorno de ideologias fascistas no mundo moderno inserido na indústria da moda, na política e na linguagem contemporânea. O espetáculo estreou no Teatro João Ceschiatti, dia 21 e ficou em cartaz apenas um final de semana.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Família, família...... cachorro, gato, galinha...

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Família só é mesmo perfeita no álbum de retratos. E talvez por isso seja tão explorada pelo cinema. O fato é que o ditado “família é tudo igual, só muda de endereço” acaba funcionando e proporcionando ao espectador grande identificação com as tramas. É o caso de “Parente... é Serpente” de Mario Monicelli, filme premiado com Oscar em 1995.

No filme, a típica família italiana, expansiva, cheia de conversas agitadas, frases cruzadas, gritos, histerismo, e ao mesmo tempo caótica, se reúne na casa da “nonna” para comemorar as festividades de fim de ano. Separados pela distância, pois cada filho mora em uma cidade da Itália, e pelo tempo, todos se encontram num clima de lembranças e alegria. Mas nem tudo é felicidade. Logo as diferenças aparecem quando os pais anunciam que não podem mais morar sozinhos e gostariam de morar com um dos filhos.

A grande sacada se dá pela identificação do espectador que com estereótipos presentes em qualquer família de qualquer lugar do mundo, como a tia invejosa, a faladeira, a que só reclama de doença, o avô esclerosado, a cunhada ou a prima metidinha. Também pelo constrangimento e indignação do espectador em visualizar do que o ser humano é capaz, dada à verossimilhança com fatos reais.

A estética preza por um visual “sujo” escuro, cinzento, com a câmera na mão, sem muitos efeitos especiais. Mas não pense que o filme é deprimente. É uma comédia divertida e “ácida”, como muitos críticos a definiram. A comédia, nesse caso, é usada como arma para refletir sobre as fraquezas humanas, um gênero que foge da alienação.

Monicelli investe muito na contextualização do filme e na apresentação e caracterização dos personagens. Em “Parenti Serpenti”, a exposição da família e suas personalidades,  são expostos de forma minuciosa e ultrapassam a primeira hora de filme. A exposição do conflito só aparece no filme depois de muito tempo, mas é suficiente para dar ritmo e emoção à obra. Vale a pena esperar para ver o circo pegar fogo.

O filme foi vencedor do Oscar de melhor filme estrangeiro em 1995 e ganhou uma Fita de Prata do Sindicato dos críticos italianos.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Conheça a Nova Rouanet


A nova Lei Rouanet, chega este mês no congresso com muitas sugestões de alteração. Agora serão sete fundos de financiamento direto à cultura, pois foram criados também o Fundo das Artes Cênicas e o Fundo da Literatura e das Humanidades. Ambos foram frutos de pressão das categorias.

Os cineastas, que também pleiteavam um fundo específico para documentarios, curtas-metragens e festivais não foram atendidos, mas terão cadeira cativa no conselho do Fundo do Audiovisual, que terá dois conselhos gestores, um para o cinema industrial e outro para o independente.

A nova lei, que será agora debatida pelo Congresso, traz ainda outras novidades. Aproximadamente 47% do dinheiro  arrecadado pelo Fundo Nacional de Cultura vai ser obrigatoriamente repassado a Estados e municípios. Dinheiro esse que terá de ser necessariamente transferido a artistas e produtores por meio de editais públicos.

Para análise dos projetos, o congresso está criando um mecanismo novo - o sistema de avaliação entre pares, que consiste no seguinte: ao entrar com um projeto no Ministério, o produtor pode ser convidado para avaliar um outro projeto de sua própria área, integrando um comitê de avaliação. O modelo é do sistema universitário, da Fapesp, e os pareceres dos analistas serão a base das decisões do Fundo Nacional de Cultura.

Os critérios para a aprovação de um projeto estarão definidos na lei, e partem de exigências como acessibilidade, preço, a estratégia de oferecimento ao público do produto cultural, preço, horário, local de apresentação. Tudo isso vai pesar na análise do custo de um projeto.

Outras mudanças 
ACESSIBILIDADE - Quanto menor for o preço do ingresso, maior a possibilidade de ser financiado pela nova lei.
NOVOS TETOS - Além de manter a renúncia fiscal, chave da Lei Rouanet (Lei n.º 8.313) desde sua criação, em 1991, a nova legislação estabelece seis faixas de dedução do imposto de renda devido - 100% de abatimento e do mínimo de 30%, outras quatro novas faixas foram criadas (90%, 80%, 70% e 60%). 

Fonte: http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20090819/not_imp420960,0.php

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Vander Lee mais maduro, fareja novas possibilidades

 

Conhecido pelas canções de amor e pelas baladas, o mineiro Vander Lee ainda que passeie por outras praias, como sambas e letras bem-humoradas, mantém a característica que fez dele um sucesso feminino: as canções de amor. Em “Faro”, seu sexto álbum que chegou às lojas em abril deste ano, as baladas estão lá, devidamente registradas. Mas o disco vai além.

imageEmbora ele diga, em uma de suas músicas, que “românticos são poucos”, o mercado está saturado de canções sobre amor, do rock ao samba. Qual será o segredo de Vander Lee, que está no mercado há mais de 20 anos? Segundo ele, é a sua criatividade. Intitulando-se mais maduro e com olhar ampliado, Vander Lee se arrisca nesse álbum em um estilo mais pop, que mistura influências como música eletrônica, samba, rap e arranjos mais suingados. O responsável por tudo isso é o experiente produtor Marcelo Sussekind, que assina a produção do disco e que já trabalhou com nomes como Paralamas do Sucesso, Capital Inicial e Lulu Santos.

“Faro” é um trabalho que surpreende por sua variedade rítmica, no qual estão representados o baião, a balada, a toada, o reggae, o xote e até o soul, além é claro, do samba. Falando em Samba, Lee realiza uma parceria inusitada neste álbum. Musicou um poema do compositor sambista Cartola, que se transformou na música “Obscuridade”. (Passei pelo mundo/ Sem ser percebido/ Ouvindo a tudo / E a nada dando ouvido / Segui pelo caminho / Que tinha a minha frente / Mas não encontrei a estrada / Desejada em minha mente). Vander Lee classifica a música como “um samba com a delicadeza mineira, meio bossa nova, meio toada”. O contato com o poema se deu pela leitura da biografia “Cartola – Os Tempos Idos”, lançada em 1998 e reeditada em 2008 no embalo dos festejos pelo centenário de nascimento do compositor. O lado sambista de Vander Lee o acompanha desde cedo e veio à tona principalmente no disco “No balanço do balaio”, de 1999.

Na linha romântica estão as baladas “Cacos” e “Farol”, de sua autoria, que parecem um pouco com o hit “Esperando Aviões” e a mais agitada “Eu e Ela”, música que já toca nas rádios. Ainda falando de amor, Lee gravou um sucesso de Roberto Carlos na década de 1960, “Ninguém vai tirar você de mim”, de Édson Ribeiro e Hélio Justo, e que ganhou um arranjo mais afro brasileiro do cantor nessa versão. Além deles, Vander Lee convidou para este disco, Regina Souza, sua esposa, para dividir a canção “Baile dos Anjos”.

Para produzir esse CD, Vander Lee teve de alterar a estrutura da maioria das músicas compostas, por achar que a sonoridade ainda estava muito parecida. Antes de compor as novas canções, foi buscar novas fontes de inspiração na leitura de poetas como Carlos Drummond de Andrade, Manuel Bandeira, Fernando Pessoa, Manoel de Barros e o poeta contista Gabriel García Márquez.

Depois do DVD “pensei que fosse o céu”, Vander Lee deu um espaço de três anos sem compor, apenas se dedicando aos shows. A tarefa de colocar um disco nas prateleiras enfrenta concorrências cada vez maiores das novas mídias e da pirataria. A expectativa dos fãs depois de tão longa espera também é relevante no lançamento de um novo álbum. Mas Vander Lee não decepciona. Pelo contrário. Surpreende com sua bela poesia e seus ritmos brasileiros e mineiros.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Stefhany, a Beyoncé Piauiense

 

A internet é mesmo uma fábrica de celebridades instantâneas. Na moda: as estrelas de videoclipes amadores. Com uma câmera fotográfica digital e programas simples e caseiros de edição, pessoas comuns se aventuram na carreira artística, adolescentes protagonizam vídeos inspirados em ídolos internacionais e atingem milhares de acessos no site YouTube.

Stefhany é fruto da internet e mais uma dessas celebridades ao acaso. Os shows dela reúnem mais público do que os habitantes da cidade onde vive (15 mil pessoas), em Inhuma, no interior do Piaui. Com apenas 17 anos, dois CDs e DVDs lançados, ela precisa andar acompanhada de seguranças para evitar o asédio dos fãs. Sensação no nordeste do país, sua fama vem alcançando sul e sudeste, graças aos divertidos videoclipes gravados por ela mesma, com o auxílio da mãe e da irmã. Seu novo sucesso, “Eu sou Stefhany”, versão “abrasileirada” de “A thousand miles” de Vanessa Carlton, conta com aproximadamente 400 mil acessos no Youtube. 

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Foto Site Oficial

No clipe, Stefhany joga o cabelão para os lados, toma um banho de espuma e imita a coreografia sexy do vídeo “Single ladies”, de Beyoncé, com a tela preto e branco, tal qual o clipe da cantora. Tudo para provar que é “linda e absoluta” e não está nem aí para o descaso do namorado. O sucesso é tanto, que durante os shows, Stefhany chega a cantar a música mais de cinco vezes.

A menina afirma em entrevista ao site EGO, que nunca sonhou em ser cantora e sim, modelo. Mas, por influencia da mãe, Nety França, que liderava a banda “Forró de Vênus”, acabou mudando de idéia. Hoje, a situação inverteu, pois a mae de Stephany é quem faz back vocal para a filha.  Stefhany conta que foi também a mãe quem inventou a marca registrada de seus shows, o gritinho agudo “Alô, meus gatinhos!”. Stefhany diz que a maior influência na carreira dela é da mãe e confessa que só tem vontade de conhecer um cantor: Amado Batista.

Apesar do sucesso, os comentários deixados diariamente no Youtube e em no site oficial classificam as versões da moça como bregas ou de mau gosto. “Absoluta”, Stefhany rebate que seu lema é “falem mal, mas falem de mim”.

Foto Site Oficial

A característica simples da menina é revelada não só nos cenários dos clipes como também nos títulos das músicas: “Siumes doentio” e “Rasão do meu viver” (sic), entre outros sucessos que assassinam a língua portuguesa. Mas Stefhany não é uma artista de elite. Ela é uma artista do povo. Uma curiosidade: o símbolo do sucesso de Stefhany, o automóvel da Wolkswagen, nem pertencia à garota ou sua família. Foi tomado emprestado por um amigo e a ela nem possui carteira de motorista.

Em entrevista ao site IG, Stefhany explica que escreve suas músicas a partir de histórias que ouve de amigas, de sua mãe, de sua irmã e que todas elas são reais. Prova de que pessoas simples podem fazer uma carreira de sucesso sem precisar de uma grande gravadora de renome ou de recursos financeiros excedentes. O mundo cibernético proporciona hoje uma descentralização de produção artística assustadora. Há cerca de dez anos seria muito difícil fazer um clipe amador por menos de 20 mil reais. Os recursos visuais de câmera eram caríssimos, bem como o aluguel de uma ilha de edição. Hoje com a internet e as câmeras digitais ficou tudo mais fácil. A cultura do “faça você mesmo” prevalece, dando a oportunidade de pequenos artistas se tornarem conhecidos e conseguirem alavancar a carreira numa velocidade espantosa.

O advento da divulgação artística na internet dá oportunidade para todos. Aos espectadores, uma vantagem: acesso a obras desconhecidas, distantes, artistas diferentes dentro desse Brasil de imensidão geográfica e diversidade cultural intensa. Outras milhões de Stefhanys estão, nesse momento, postando suas músicas, clipes, poesias, fotos em sites e blogs, na esperança de um dia caírem na graça do público. Quem sabe quem será a próxima estrela? Enquanto a gente espera, divertimos com os sucessos do forró brega e suas celebridades instantâneas.

Quer saber mais sobre a stefhany? http://stefhanylevaeu.com.br/

Exótico e Interessante

 

as-bicicletas-de-belleville-(25003)[1] “As Bicicletas de Belleville” é um filme diferente, uma estética que foge do comum e nada contra a corrente. Um filme mudo nos dias atuais causa, a princípio, um certo estranhamento no espectador tão acostumado com os efeitos especiais que dão vida às ações e à velocidade do mundo moderno. Aos poucos, o espectador vai percebendo que o filme ser mudo é na verdade um charme, pois isso dá aos personagens uma densidade que os torna quase reais. Além disso, por ser extremamente crítico, o filme brinca com o modo de vida humano e a supremacia do capitalismo no mundo ocidental atual.

A trama tem um caráter pra lá de fantástico. Depois de treinar com apito em punho o seu neto ciclista para a famosa Tour De France, a velhinha Madame Souza o vê seqüestrado por mafiosos; atravessa, então, o oceano acompanhada por seu cachorro Bruno em um pedalinho. Chega a Belleville, consegue o auxílio de idosas trigêmeas cantoras de cabaré e tenta libertar o ciclista escravizado numa arena clandestina de apostas.

Mas de onde vem tanta criatividade? Sylvain Chomet, o diretor, desenhista de historias em quadrinhos, teve experiência com animação na Inglaterra e no Canadá, onde absorveu muitas influencias. O “timing” dos personagens, por exemplo, veio da terra britânica. Segundo Chomet, o personagem pode não estar fazendo nada, mas se na hora certa ele fizer um gesto, ele dá vida à ação e uma série de outros acontecimentos. Dentre outros prêmios, o filme foi indicado a dois Oscars e foi para a seleção oficial do festival de Cannes.

Um tom melancólico e saudosista predomina na primeira metade do filme, evidenciando a solidão dos personagens, sufocados pelo inevitável progresso das grandes cidades. A trilha, criada por Benoít Charest parece ser mais um personagem do filme, insubstituível.

Com um traço impressionista, a fotografia é marcante. Diferente do olhar Disney e dos desenhos japoneses, o filme brinca com a sensação de que tudo foi feito a mão, dando um efeito rústico para a obra, um clima meio aquarela. Cada cena é detalhista ao extremo, os personagens têm tiques, manias, é possível perceber suas sensações pelo olhar, que nos cativam ao longo do filme. O nível de detalhes é tão intenso que é possível notar um cartaz do filme “AS FÉRIAS DE SR. HULOT” de Jacques Tati, enfeitando a sala das velhinhas trigêmeas além de que na cama, as irmãs se esbaldam de rir assistindo a “Escola de Carteiros” (L'École des facteurs, 1947), um dos melhores curtas do diretor. Tati é o diretor de fotografia do filme, reconhecido por construir atmosferas por meio de sons e mímicas.

O uso das cores é milimetricamente calculado: tons pastéis e quentes para dias e momentos alegres e cores frias e sombras para a noite e momentos de suspense.

Definitivamente é um filme de detalhes. Filme para ser analisado e não somente assistido. Fica evidente a sátira aos norte-americanos, gordos e comilões, crítica que Chomet já havia feito no seu curta “La Vieille dame et les pigeons” (1998). Tem até uma referência com a chuva de sapos de Magnólia (de Paul Thomas Anderson, 1999). O fato das heroínas da trama serem três velhinhas trigêmeas e uma senhora idosa, já é uma grande ironia. O corpo dos personagens é muito valorizado, pois como não podem ser reconhecidos pela voz, são reconhecidos pela forma.

Apesar de ser animação, não é um filme leve, infantil, para toda a família. É um filme para quem gosta de arte e de cinema. Que exige atenção, reflexão do espectador. Um filme que critica os “ismos” (imperialismo, capitalismo e consumismo) e que é ao mesmo tempo, emocionante, sensível, delicado. Comédia e drama se misturam numa dança harmônica formando uma das melhores e mais inteligentes animações desta década.

Tatuagem ou maquiagem?

 
Está com pressa para sair? Nao tem tempo para se maquiar? “Seus problemas acabaram…”


A gênia dessa invenção só poderia mesmo ser uma mulher. A maquiadora americana Irina Iosilevich realiza o sonho de toda mulher que gostaria de ter “aquela” maquiagem de revista, mas nao consegue fazer sozinha. O kit Color On Professional é uma espécie de decalque que é aplicado nas palpebras ficando uma sombra perfeita e uniforme. Existem kits com 10 ou 20 aplicações e tem um pó especial que dá efeito cintilante na sombra. Detalhe: a maquigem pode ser esfumaçada com os dedos para um efeito mais suave. Um sonho!

Arte em Livros - Brian Dettmer

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Os livros podem ser obras de arte nao só pela maneira como inspiram pelas palavras ou pela viagem que nos oferecem em suas histórias. Brian Dettmer, inovou e resolveu fazer usar o livro como materia prima de suas obras.

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O artista esculpe nas paginas dos livros com precisão de um cirurgião. O papel acaba por revelar ligações inesperadas entre palavras e imagens e, assim, libertar significados escondidos nos estratos das linhas.