“Cultura é aquele todo complexo que inclui o conhecimento, as crenças, a arte, a moral, a lei, os costumes e todos os outros hábitos e aptidões adquiridos pelo homem como membro da sociedade”. Edward B. Taylor

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Câmara dos Deputados aprova o projeto “Vale Cultura”

 

O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou, na última quarta feira, dia 14/10, o Projeto de Lei 5798/09, do poder Executivo, que cria o Vale-Cultura para trabalhadores das empresas que declaram imposto de renda com base no lucro real.

Os funcionários das empresas que aderirem ao Vale-Cultura poderão receber até R$ 50,00 por mês para usar em produtos culturais como ingressos de cinema, teatro, museu, shows, livros, CDs, DVDs, etc. A novidade é que agora os estagiários também poderão usufruir do benefício. A empresa terá o direito a deduzir até 1% do Imposto de Renda devido.

Com o Vale cultura, o governo pretende rebatr as críticas de que se investe muito em produção, mas não se investe em formação de publico ou no acesso mais democrático aos produtos e serviços culturais.  Segundo o Ministério da Cultura, o vale pode aumentar o consumo cultural no país em até R$ 600 milhões por mês ou até R$ 7,2 bilhões ao ano.

No momento da votação, duas emendas foram incluídas no texto. Uma delas é do líder do PPS, Fernando Coruja (SC), que propõe um vale de R$ 30 aos aposentados que recebam até cinco salários mínimos. O recurso será proveniente do Tesouro Nacional. O relator da Comissão de Finanças e Tributação, Ricardo Barros (PP-PR), teve parecer contrário a esse emenda por considerar que não há previsão de fonte de recursos para essa nova despesa.

A segunda emenda aprovada permite que Estados, Distrito Federal e municípios adequem o Vale-Cultura às leis específicas de cada um deles.

Agora, após a votação na Câmara, o projeto segue para o Senado Federal.

Fonte: Teia Cultural Minas.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Novo projeto de Lei para educação

 

O Senador Cristovam Buarque  propôs em 2007  ao congresso, um projeto de lei que obriga todos os agentes públicos eleitos  a matricularem seus filhos e demais dependentes em escolas públicas até 2014.  Nessa proposta, todo político eleito seja ele, vereador, prefeito, deputado, governador, etc; deve ser obrigado a colocar os filhos na escola pública.

Fiquei pensando nas consequências disso. Se esse projeto for mesmo aprovado, não tenho dúvidas de que a qualidade do ensino no país irá melhorar.  No entanto, é necessário mobilização popular e pressão no congresso para que isso aconteça. Caso contrário, certamente o projeto será barrado ou arquivado nos milhões de projetos do congresso. Afinal, foi proposto em 2007, e hoje, dois anos depois, a população nem toma conhecimento do assunto.

Quem quiser colaborar, por favor, deixe um comentário a esse post com nome completo e identidade. Assim organizamos um abaixo assinado e enviamos ao congresso.

“Sou um só, mas ainda assim sou um. Não posso fazer tudo, mas posso fazer alguma coisa. E, por não poder fazer tudo, não me recusarei a fazer o pouco que posso." Madre Teresa de Calcutá.

Mais informações, clique aqui.

(PROJETO DE LEI DO SENADO Nº 480, DE 2007) 

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Faça o que você ama, o mundo precisa disso!

 

Este artigo é uma tradução feita pelo blog “Arquitetando” sobre o post The World Needs You to Do What You Love de Jonathan Mead. Achei que merecia ser reproduzido aqui também! Enjoy it!

“As grandes mudanças ocorrem quando as pessoas estão profundamente apaixonadas, e tem um grande amor pelo que fazem.

Se deseja fazer alguma diferença no mundo,  a única e mais importante coisa que você pode fazer é escolher conscientemente e deliberadamente trabalhar naquilo que você é apaixonado.

Nenhuma outra escolha terá um maior impacto no planeta, ou em sua vida.

Se o seu trabalho é chato, você provavelmente não causará muito impacto. Você pode até oferecer algum valor para as pessoas. Suficiente para pagar seu aluguel, suficiente para sobreviver. Mas não provocaria mudanças. E certamente não inspiraria outras pessoas.

Se o seu trabalho é chato, as chances são de você fazer só o suficiente para não ser demitido.

Mas se o seu trabalho instiga você, o mantém motivado até tarde da noite, e te completa, você fará mais. Você se entregará completamente. Investirá todo seu tempo nisso, com mais energia, mais paixão. Porque vale a pena. É gratificante.

No fim do dia pensará: “Meu tempo foi bem gasto hoje.”

Portanto, a verdadeira questão não é se deve ou não fazer o trabalho chato ou passional. A questão é como começar.

Os 5 passos para começar a ser pago para fazer o que ama:

1. Encontre sua paixão: Isso é sobre o seu grande amor, e que o faz vivo. Para começar, pergunte: “Pelo que eu sou louco?” “Sobre o que eu poderia falar por horas?” e “O que eu faria de graça?

2. Encontre seus pontos fortes: O que estamos procurando são coisas que você é naturalmente bom, e que te acompanham desde o nascimento. Isto é sobre a contribuição dos seus dons para o mundo. Pra começar, procure seus amigos, família ou colegas e pergunte a eles três coisas em que você é naturalmente talentoso.

3. Encontre seu valor: Encontrar a intersecção entre o que você é bom e o que as pessoas estão dispostas a pagar a você é o que fará toda a diferença. Se você não encontrar uma forma de ser pago para fazer o que ama, os próximos passos não serão muito úteis. Então vale a pena gastar algum tempo para descobrir isso. Pra começar, pense sobre os benefícios que você dará as pessoas contribuindo com seu valor. Procure por necessidades reais das pessoas, e que tenham relação com o valor que você está oferecendo.

4. Comprometa-se: Eu acredito, que mais do que qualquer outra razão, as pessoas falham no caminho do sucesso quando não se comprometem. Pensar “eu não sei” ou “talvez um dia” não levarão você ao ponto de fazer o que ama para viver. É preciso um forte comprometimento para fazer essa mudança em si mesmo. Em vez de pensar “Eu não sei”, pense “Eu vou descobrir”. Lembre-se, grandes jornadas começam com o primeiro passo.

5. Permita que aconteça: Por mais que você queira fazer essa mudança em si mesmo, pode ser difícil abandonar velhos padrões de pensamento e comportamento. Geralmente pensamos que “trabalho não deve ser divertido” ou que “devemos suportá-lo”. Derrubar estas crenças pode ser difícil, mas avançar em uma nova direção com certeza vale a pena.

6. O que você abandonará? Você pode estar pensando que não tem tempo para encarar uma nova empreitada, e você está certo. Você não terá tempo até que você arrume tempo. Há muitas coisas que colocamos em nossas agendas que achamos que temos que fazer. Mas na verdade, nosso mundo não desmoronaria se escolhessemos fazer outra coisa. Faça uma lista de todas as atividades que consomem seu tempo e que serão abandonadas para que você tenha o tempo suficiente para a nova jornada.

7. Você dirá Sim a si mesmo? Você pode querer se tornar um escritor, dentista, conselheiro, pintor ou palestrante. Se você sabe que é isso que pretende fazer e que dará significado a sua vida, então permita ser assim chamado…mesmo não estando ainda estabelecido. Mesmo se você não faça disso uma profissão em tempo integral. Abrace sua paixão, completamente e sem reservas.

Embora há mais em sua jornada do que esses sete passos, este será um grande começo. Clareza e compromisso são os maiores passos, o resto é fácil. Um passo de cada vez.

Você chegará lá. Ninguém poderá impedi-lo se você realmente desejar algo.

E lembre-se, o mundo precisa que você faça o que ama. Nada mais pode gerar mudança, ou ter um impacto maior.

Dê-se permissão. Precisamos de seus dons”.

domingo, 20 de setembro de 2009

Pré-sal - motivo pra rir ou pra chorar?

A descoberta do Pré-sal têm sido motivo de grandes comemorações e esperança de um novo tempo para o país. Afinal de contas, foi uma empresa brasileira que desafiou a tecnologia e conseguiu encontrar petróleo em uma área jamais atingida por nenhum outro explorador. Ainda é possível encontrar “ouro” em terras brasileiras! Seria essa uma promessa de progresso e independência econômica para o Brasil?

Mas, o que é o Pré Sal? São reservas petrolíferas encontradas abaixo de uma profunda camada de sal no subsolo marítimo. Essa camada se localiza em regiões muito profundas, de difícil localização. O petróleo, como se sabe, é formado pela sedimentação de microrganismos soterrados sob a pressão dos oceanos e com oxigenação reduzida, por isso, degradaram-se muito lentamente e com o passar do tempo, transformam-se em um poderoso combustível fóssil.  

Isto significa que, o que a natureza levou milhões de anos para soterrar e deixar lá em baixo, escondido, o ser humano mexe, remexe  e faz questão de colocar tudo pra fora de novo. Vamos produzir mais petróleo! Encher os ar de gás carbônico e acelerar com o aquecimento global!

Enquanto o mundo inteiro está voltando seus recursos para a pesquisa para desenvolver energias renováveis, biocombustíveis, meios de manter o desenvolvimento de forma sustentável, o Brasil nada contra a maré. Tentar se mostrar como país petrolífero, detentor do combustível fóssil é coisa do século XX. O século de hoje é marcado pela inovação e sustentabilidade. O Brasil estava evoluindo muito na produção do etanol, na pesquisa da biomassa, o biodiesel, sendo referência no mundo. A produção do etanol inclusive estava se mostrando uma alternativa que não agride o meio ambiente (já foram desenvolvidas técnicas que dispensam grandes desmatamentos), que gera economia e uma série de empregos na área rural, além de ser muito menos poluente. Seria realmente uma loucura abandonar tudo isso para focar novamente no petróleo.

Além disso, a descoberta deste “tesouro” está gerando um bafafá enorme no país e no mundo. Lula inclusive justificou a compra dos 36 aviões caça franceses como necessários para a proteção das fronteiras do país. Em entrevista a Folha de São Paulo, ele afirmou: "Deve sempre passar pela nossa cabeça a idéia de que o petróleo já foi motivo de muitas guerras, muitos conflitos. Não queremos nem guerra nem conflito. O Brasil vê oportunidade do pré-sal como oportunidade de daqui a 10 ou 15 anos se transformar em grande economia mundial", afirmou Lula.

Ou seja, o Pré-sal atrasa a evolução do Brasil na questão da pesquisa de energia renovável, contribui enormemente para a destruição do mundo, do meio ambiente, e ainda gera um clima de insegurança no território do país. Será que é mesmo motivo para tanta comemoração?

terça-feira, 8 de setembro de 2009

O trailler é “doido demais”…

 

image O filme “Os Normais 2 – a noite mais maluca de todas” deve sua bilheteria à publicidade massiva da rede Globo e ao diretor que editou o trailler que é genial e o filme em si, deixa muito a desejar.

A trama se inicia com Rui e Vani se esbaldando no karaokê ao som de “Living the vida loca” de Ricky Martin. Depois de uma discussão entre o casal,  e para amenizar a crise dos 13 anos o casal decide fazer algo que nunca haviam feito antes: o ménage à trois.

Ambos saem em busca de uma parceira. À cada frustração, uma nova tentativa. Algumas piadas boas em meio de muitas situações de “comédia pastelão”. Claro que as poucas piadas engraçadas estavam no trailler, grande responsável por levar o público às salas de cinema. Mas o filme em si é fraco, as situações são previsíveis e pouco divertidas.

O filme abusa de “gags” desgastadas no gênero comédia como o gás hilariante e exame de próstata.  A narrativa é tão fraca que chega ao ponto de  interromper o filme com uma tela preta e caracteres brancos para fazer uma piadinha preconceituosa e pouco engraçada. Inclusive um dos letreiros evidencia “vamos voltar ao filme, pois as pessoas estão indo embora”.

A série exibida pela TV Globo está entre as mais bem-sucedidas da tevê brasileira, com três temporadas e diversos prêmios.  Mas a impressão que fica é de que o lugar de Rui e Vani é mesmo na televisão, com roteiros curtos e piadas inteligentes.

Direção: José AlvarengaJr.

Roteiro: Fernanda Young, Alexandre Machado

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Por que você nao come carne?

Muita gente me pergunta: “Por que você não come carne?”. Algumas vezes respondo alguma coisa relacionada aos animais, às vezes digo que tenho meus motivos, mas decidi hoje falar um pouco sobre o que me leva a crer que esse é o melhor caminho pra todo mundo.
Está na moda falar de aquecimento global. Os maiores líderes do mundo tem em seu planejamento, ações para diminuir suas emissões de CO2 e poluentes. Nós já podemos sentir na pele a alteração climática, a ausência de frio no inverno, o ar mais denso e seco.
Você sabia que uma vaca leiteira produz de 500 a 700 litros de metano por dia? Se compararmos com a emissão de CO2, isso é igual a um veículo 4x4 rodando 56km /dia. Por ano, uma vaca produz o equivalente a um carro circulando por 70 mil km. Isso mesmo! Uma volta e meia na terra!
Dados da Organização de Agricultura e Alimentação das Nações Unidas, FAO, revelam que a pecuária é responsável por 18% dos gases que causam o efeito estufa.  Isso por causa do metano eliminado no processo digestivo das vacas, por causa do desmatamento de áreas florestais para plantio de soja para alimentação desses animais, o gerenciamento do esterco rico em metano e óxido de nitroso, pelo desmatamento para pastagens e por todo o processamento da carne, transporte, etc. O sistema de transporte (carros, onibus, motos, aviões) é responsavel por 13%.
Outro ponto importante é que cerca de 40% de todos os cereais produzidos no mundo não são consumidos por humanos e sim por animais de abate. E 75% de toda a soja tem o mesmo destino. São necessários 7 kg de grãos para produzir 1 kg de carne. Imaginem o desmatamento necessario para produzir a quantidade de carne demandada por nós? Esses mesmos 40% de cereais poderiam estar alimentando milhares de pessoas no mundo. E ainda, para produzir um produto de origem animal, é preciso usar 10 vezes mais terra que para produzir um produto de origem vegetal. Isso definitivamente não é sustentável.
Além disso, voce sabia que o Brasil é o maior exportador de soja do mundo? De onde voce acha que ela sai? Onde ela está plantada? Na floresta Amazônica e no Cerrado.
ok, ok.. Mas este é um dos motivos. Ao degustar um suculento churrasco, vocês por algum instante já pararam para pensar como aquela carne foi produzida para chegar até a sua churrasqueira? Como aqueles animais, porcos, vacas, frangos, foram tratados até serem abatidos?
Existem relatos e videos comprobatórios de porcos que são castrados sem anestesia, presos sem poder ver a luz do dia para que percam a noção de tempo e comam além do necessário. Assim, engordam mais rápido. Galinhas poedeiras, por exemplo, perdem o bico bem cedo, para que possam ser alojadas em pequenos espaços e não biquem umas às outras.
Além disso, estudos científicos comprovam que uma pessoa necessita de uma porção de proteína animal por semana. Pensem em suas refeições. O que vc comeu no café da manhã hoje? E no almoço? E no lanche? E no jantar? Aposto que em todos esses momentos, havia carne. E isso se repete todos os dias da semana. Agora, pensemos na situação do mundo. Imaginemos um buffê. Se os primeiros da fila, colocarem no prato o suficiente para alimentar quatro pessoas, os que estão no final da fila, provavelmente ficarão sem comida. No mundo também é assim. Todos os dias, 1 bilhão de pessoas dormem com fome.
Segundo estudo do Partido dos Animais da Holanda  e uma ONG nos EUA, se cada pessoa tirasse uma refeição com carne do seu cardápio por semana e a substituísse por uma alimentação vegetariana, seria o equivalente a tirar 500 mil carros de circulação. Se todos os americanos parassem de comer carne 7 dias por semana, diminuiríamos 700 milhões de toneladas de emissão de gases do efeito estufa, o  que seria igual a tirar TODOS os carros dos EUA de circulação. Se a decisão fosse por:
6 dias por semana= eliminar o uso de eletricidade nos EUA 
5 dias por semana = plantar 13 billhões de árvores e deixá-las crescer por 10 anos                                                  4 dias por semana = reduzir pela metade o consumo de energia elétrica, gás, óleo, petróleo e querosene nos EUA   
3 dias por semana  = menos 300 milhões de toneladas de gases do efeito estufa                                                  2 dias por semana = todos os americanos trocassem TODOS seus eletrodomesticos por modelos que economizam energia
1 dia por semana. APENAS 1 DIA. = diminuir 90 MILHÕES de passagens aéreas de NYC para Los Angeles!!! Por ano!!
É simples! Menos demanda por carne, menos animais, menos áreas desmatadas, menos emissão de gás, menos consumo de água! Um pequeno passo para cada pessoa, mas um grande passo para a humanidade.
Agora entendem por que eu nao como carne? É uma questão de escolha. E você, vai escolher o que?
Mais infos:
Video Meat the Truth – Partido dos Animais da Holanda

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Marcelo Gabriel dança por “Um caminho sem passos”

Um espetáculo sensorial, metafórico e inusitado. Marcelo Gabriel mantém a linha chocante de se expressar no palco, falando de fatos reais e polêmicos. Em “Um caminho sem passos” Marcelo Gabriel medita, cai, se agride com espinhos, oferece dinheiro para a platéia e principalmente usa brilhantemente o corpo como forma de expressão de uma "dança burra" que apresenta uma certa leveza pesada, uma sensualidade estranha, um tom melancólico, ora irônico ora certeiro. O título do espetáculo é um Koan, isto é, enigmas sem respostas usados pelos monges budistas para provocar a reflexão de seus seguidores. Dessa vez, o alvo de discussão é a relação unilateral da China com o Tibet. Mas quem não sabe disso, não perde o show. O espetáculo provoca as mais diferentes sensações como riso, emoção, estranhamento e até sono.

Quem assiste o espetáculo sabendo da intenção temática do mesmo, consegue visualizar melhor as mensagens metafóricas do dançarino. Um avental de açougueiro e uma sapatilha de ballet evidencia o contraste entre a agressividade e a delicadeza, entre a supremacia e a fragilidade existente na relação do conflito China x Tibet.

O publico é constantemente convidado a participar do show. O performer interage com a platéia muitas vezes, chegando a ser constrangedor. A intenção parece ser dizer: “veja, essa situação está na sua cara e você não pode fazer nada”. O performer, com um vestido de menina, rebola na cara do publico, como se denunciasse a exploração sexual chinesa às tibetanas.

O espetáculo “Um caminho sem passos” possui traços do teatro contemporâneo, em que o texto não é dramático, mas sim espetacular. Ryngaert (1998) explica que o texto espetacular é aquele que é construído em cena, no palco, junto com o publico. Marcelo Gabriel em seu “Manifesto do Anti-teatro” provoca: “Atenção! O show não tem fim, o espetáculo não pode parar, feche os olhos e durma, não tenho nada a dizer, você é o performer, interprete o texto”.

Marcelo Gabriel mistura dança teatro e show musical, sempre apresentando temas sociais, desde 1987 quando fundou, em Belo Horizonte, a “Companhia de Dança Burra”, criticando a falsa intelectualidade do meio artístico. Marcelo é responsável por toda a produção dos espetáculos: coreografia, textos, direção, trilha sonora, figurino, iluminação, etc e, portanto, considera-se não um bailarino, mas um performer. Além disso, Marcelo abusa da diversidade de linguagens como literatura, vídeo e canto.

O modo como o performer atua se aproxima muito ao “butoh”, que é uma linha de dança, nascida no Japão, no periodo pós guerra, 1959, misturando elementos do teatro tradicional japonês e da mímica. Com o passar do tempo, ficou conhecido como Dança da Escuridão, mas o que melhor define o butoh é a quebra as regras pré-estabelecidas da dança tradicional e a grande possibilidade para a improvisação.

O performer estreou este mês um novo espetáculo: “Quando o sol brilha mais forte a sombra é mais escura”, que aborda o retorno de ideologias fascistas no mundo moderno inserido na indústria da moda, na política e na linguagem contemporânea. O espetáculo estreou no Teatro João Ceschiatti, dia 21 e ficou em cartaz apenas um final de semana.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Família, família...... cachorro, gato, galinha...

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Família só é mesmo perfeita no álbum de retratos. E talvez por isso seja tão explorada pelo cinema. O fato é que o ditado “família é tudo igual, só muda de endereço” acaba funcionando e proporcionando ao espectador grande identificação com as tramas. É o caso de “Parente... é Serpente” de Mario Monicelli, filme premiado com Oscar em 1995.

No filme, a típica família italiana, expansiva, cheia de conversas agitadas, frases cruzadas, gritos, histerismo, e ao mesmo tempo caótica, se reúne na casa da “nonna” para comemorar as festividades de fim de ano. Separados pela distância, pois cada filho mora em uma cidade da Itália, e pelo tempo, todos se encontram num clima de lembranças e alegria. Mas nem tudo é felicidade. Logo as diferenças aparecem quando os pais anunciam que não podem mais morar sozinhos e gostariam de morar com um dos filhos.

A grande sacada se dá pela identificação do espectador que com estereótipos presentes em qualquer família de qualquer lugar do mundo, como a tia invejosa, a faladeira, a que só reclama de doença, o avô esclerosado, a cunhada ou a prima metidinha. Também pelo constrangimento e indignação do espectador em visualizar do que o ser humano é capaz, dada à verossimilhança com fatos reais.

A estética preza por um visual “sujo” escuro, cinzento, com a câmera na mão, sem muitos efeitos especiais. Mas não pense que o filme é deprimente. É uma comédia divertida e “ácida”, como muitos críticos a definiram. A comédia, nesse caso, é usada como arma para refletir sobre as fraquezas humanas, um gênero que foge da alienação.

Monicelli investe muito na contextualização do filme e na apresentação e caracterização dos personagens. Em “Parenti Serpenti”, a exposição da família e suas personalidades,  são expostos de forma minuciosa e ultrapassam a primeira hora de filme. A exposição do conflito só aparece no filme depois de muito tempo, mas é suficiente para dar ritmo e emoção à obra. Vale a pena esperar para ver o circo pegar fogo.

O filme foi vencedor do Oscar de melhor filme estrangeiro em 1995 e ganhou uma Fita de Prata do Sindicato dos críticos italianos.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Conheça a Nova Rouanet


A nova Lei Rouanet, chega este mês no congresso com muitas sugestões de alteração. Agora serão sete fundos de financiamento direto à cultura, pois foram criados também o Fundo das Artes Cênicas e o Fundo da Literatura e das Humanidades. Ambos foram frutos de pressão das categorias.

Os cineastas, que também pleiteavam um fundo específico para documentarios, curtas-metragens e festivais não foram atendidos, mas terão cadeira cativa no conselho do Fundo do Audiovisual, que terá dois conselhos gestores, um para o cinema industrial e outro para o independente.

A nova lei, que será agora debatida pelo Congresso, traz ainda outras novidades. Aproximadamente 47% do dinheiro  arrecadado pelo Fundo Nacional de Cultura vai ser obrigatoriamente repassado a Estados e municípios. Dinheiro esse que terá de ser necessariamente transferido a artistas e produtores por meio de editais públicos.

Para análise dos projetos, o congresso está criando um mecanismo novo - o sistema de avaliação entre pares, que consiste no seguinte: ao entrar com um projeto no Ministério, o produtor pode ser convidado para avaliar um outro projeto de sua própria área, integrando um comitê de avaliação. O modelo é do sistema universitário, da Fapesp, e os pareceres dos analistas serão a base das decisões do Fundo Nacional de Cultura.

Os critérios para a aprovação de um projeto estarão definidos na lei, e partem de exigências como acessibilidade, preço, a estratégia de oferecimento ao público do produto cultural, preço, horário, local de apresentação. Tudo isso vai pesar na análise do custo de um projeto.

Outras mudanças 
ACESSIBILIDADE - Quanto menor for o preço do ingresso, maior a possibilidade de ser financiado pela nova lei.
NOVOS TETOS - Além de manter a renúncia fiscal, chave da Lei Rouanet (Lei n.º 8.313) desde sua criação, em 1991, a nova legislação estabelece seis faixas de dedução do imposto de renda devido - 100% de abatimento e do mínimo de 30%, outras quatro novas faixas foram criadas (90%, 80%, 70% e 60%). 

Fonte: http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20090819/not_imp420960,0.php

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Vander Lee mais maduro, fareja novas possibilidades

 

Conhecido pelas canções de amor e pelas baladas, o mineiro Vander Lee ainda que passeie por outras praias, como sambas e letras bem-humoradas, mantém a característica que fez dele um sucesso feminino: as canções de amor. Em “Faro”, seu sexto álbum que chegou às lojas em abril deste ano, as baladas estão lá, devidamente registradas. Mas o disco vai além.

imageEmbora ele diga, em uma de suas músicas, que “românticos são poucos”, o mercado está saturado de canções sobre amor, do rock ao samba. Qual será o segredo de Vander Lee, que está no mercado há mais de 20 anos? Segundo ele, é a sua criatividade. Intitulando-se mais maduro e com olhar ampliado, Vander Lee se arrisca nesse álbum em um estilo mais pop, que mistura influências como música eletrônica, samba, rap e arranjos mais suingados. O responsável por tudo isso é o experiente produtor Marcelo Sussekind, que assina a produção do disco e que já trabalhou com nomes como Paralamas do Sucesso, Capital Inicial e Lulu Santos.

“Faro” é um trabalho que surpreende por sua variedade rítmica, no qual estão representados o baião, a balada, a toada, o reggae, o xote e até o soul, além é claro, do samba. Falando em Samba, Lee realiza uma parceria inusitada neste álbum. Musicou um poema do compositor sambista Cartola, que se transformou na música “Obscuridade”. (Passei pelo mundo/ Sem ser percebido/ Ouvindo a tudo / E a nada dando ouvido / Segui pelo caminho / Que tinha a minha frente / Mas não encontrei a estrada / Desejada em minha mente). Vander Lee classifica a música como “um samba com a delicadeza mineira, meio bossa nova, meio toada”. O contato com o poema se deu pela leitura da biografia “Cartola – Os Tempos Idos”, lançada em 1998 e reeditada em 2008 no embalo dos festejos pelo centenário de nascimento do compositor. O lado sambista de Vander Lee o acompanha desde cedo e veio à tona principalmente no disco “No balanço do balaio”, de 1999.

Na linha romântica estão as baladas “Cacos” e “Farol”, de sua autoria, que parecem um pouco com o hit “Esperando Aviões” e a mais agitada “Eu e Ela”, música que já toca nas rádios. Ainda falando de amor, Lee gravou um sucesso de Roberto Carlos na década de 1960, “Ninguém vai tirar você de mim”, de Édson Ribeiro e Hélio Justo, e que ganhou um arranjo mais afro brasileiro do cantor nessa versão. Além deles, Vander Lee convidou para este disco, Regina Souza, sua esposa, para dividir a canção “Baile dos Anjos”.

Para produzir esse CD, Vander Lee teve de alterar a estrutura da maioria das músicas compostas, por achar que a sonoridade ainda estava muito parecida. Antes de compor as novas canções, foi buscar novas fontes de inspiração na leitura de poetas como Carlos Drummond de Andrade, Manuel Bandeira, Fernando Pessoa, Manoel de Barros e o poeta contista Gabriel García Márquez.

Depois do DVD “pensei que fosse o céu”, Vander Lee deu um espaço de três anos sem compor, apenas se dedicando aos shows. A tarefa de colocar um disco nas prateleiras enfrenta concorrências cada vez maiores das novas mídias e da pirataria. A expectativa dos fãs depois de tão longa espera também é relevante no lançamento de um novo álbum. Mas Vander Lee não decepciona. Pelo contrário. Surpreende com sua bela poesia e seus ritmos brasileiros e mineiros.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Stefhany, a Beyoncé Piauiense

 

A internet é mesmo uma fábrica de celebridades instantâneas. Na moda: as estrelas de videoclipes amadores. Com uma câmera fotográfica digital e programas simples e caseiros de edição, pessoas comuns se aventuram na carreira artística, adolescentes protagonizam vídeos inspirados em ídolos internacionais e atingem milhares de acessos no site YouTube.

Stefhany é fruto da internet e mais uma dessas celebridades ao acaso. Os shows dela reúnem mais público do que os habitantes da cidade onde vive (15 mil pessoas), em Inhuma, no interior do Piaui. Com apenas 17 anos, dois CDs e DVDs lançados, ela precisa andar acompanhada de seguranças para evitar o asédio dos fãs. Sensação no nordeste do país, sua fama vem alcançando sul e sudeste, graças aos divertidos videoclipes gravados por ela mesma, com o auxílio da mãe e da irmã. Seu novo sucesso, “Eu sou Stefhany”, versão “abrasileirada” de “A thousand miles” de Vanessa Carlton, conta com aproximadamente 400 mil acessos no Youtube. 

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Foto Site Oficial

No clipe, Stefhany joga o cabelão para os lados, toma um banho de espuma e imita a coreografia sexy do vídeo “Single ladies”, de Beyoncé, com a tela preto e branco, tal qual o clipe da cantora. Tudo para provar que é “linda e absoluta” e não está nem aí para o descaso do namorado. O sucesso é tanto, que durante os shows, Stefhany chega a cantar a música mais de cinco vezes.

A menina afirma em entrevista ao site EGO, que nunca sonhou em ser cantora e sim, modelo. Mas, por influencia da mãe, Nety França, que liderava a banda “Forró de Vênus”, acabou mudando de idéia. Hoje, a situação inverteu, pois a mae de Stephany é quem faz back vocal para a filha.  Stefhany conta que foi também a mãe quem inventou a marca registrada de seus shows, o gritinho agudo “Alô, meus gatinhos!”. Stefhany diz que a maior influência na carreira dela é da mãe e confessa que só tem vontade de conhecer um cantor: Amado Batista.

Apesar do sucesso, os comentários deixados diariamente no Youtube e em no site oficial classificam as versões da moça como bregas ou de mau gosto. “Absoluta”, Stefhany rebate que seu lema é “falem mal, mas falem de mim”.

Foto Site Oficial

A característica simples da menina é revelada não só nos cenários dos clipes como também nos títulos das músicas: “Siumes doentio” e “Rasão do meu viver” (sic), entre outros sucessos que assassinam a língua portuguesa. Mas Stefhany não é uma artista de elite. Ela é uma artista do povo. Uma curiosidade: o símbolo do sucesso de Stefhany, o automóvel da Wolkswagen, nem pertencia à garota ou sua família. Foi tomado emprestado por um amigo e a ela nem possui carteira de motorista.

Em entrevista ao site IG, Stefhany explica que escreve suas músicas a partir de histórias que ouve de amigas, de sua mãe, de sua irmã e que todas elas são reais. Prova de que pessoas simples podem fazer uma carreira de sucesso sem precisar de uma grande gravadora de renome ou de recursos financeiros excedentes. O mundo cibernético proporciona hoje uma descentralização de produção artística assustadora. Há cerca de dez anos seria muito difícil fazer um clipe amador por menos de 20 mil reais. Os recursos visuais de câmera eram caríssimos, bem como o aluguel de uma ilha de edição. Hoje com a internet e as câmeras digitais ficou tudo mais fácil. A cultura do “faça você mesmo” prevalece, dando a oportunidade de pequenos artistas se tornarem conhecidos e conseguirem alavancar a carreira numa velocidade espantosa.

O advento da divulgação artística na internet dá oportunidade para todos. Aos espectadores, uma vantagem: acesso a obras desconhecidas, distantes, artistas diferentes dentro desse Brasil de imensidão geográfica e diversidade cultural intensa. Outras milhões de Stefhanys estão, nesse momento, postando suas músicas, clipes, poesias, fotos em sites e blogs, na esperança de um dia caírem na graça do público. Quem sabe quem será a próxima estrela? Enquanto a gente espera, divertimos com os sucessos do forró brega e suas celebridades instantâneas.

Quer saber mais sobre a stefhany? http://stefhanylevaeu.com.br/

Exótico e Interessante

 

as-bicicletas-de-belleville-(25003)[1] “As Bicicletas de Belleville” é um filme diferente, uma estética que foge do comum e nada contra a corrente. Um filme mudo nos dias atuais causa, a princípio, um certo estranhamento no espectador tão acostumado com os efeitos especiais que dão vida às ações e à velocidade do mundo moderno. Aos poucos, o espectador vai percebendo que o filme ser mudo é na verdade um charme, pois isso dá aos personagens uma densidade que os torna quase reais. Além disso, por ser extremamente crítico, o filme brinca com o modo de vida humano e a supremacia do capitalismo no mundo ocidental atual.

A trama tem um caráter pra lá de fantástico. Depois de treinar com apito em punho o seu neto ciclista para a famosa Tour De France, a velhinha Madame Souza o vê seqüestrado por mafiosos; atravessa, então, o oceano acompanhada por seu cachorro Bruno em um pedalinho. Chega a Belleville, consegue o auxílio de idosas trigêmeas cantoras de cabaré e tenta libertar o ciclista escravizado numa arena clandestina de apostas.

Mas de onde vem tanta criatividade? Sylvain Chomet, o diretor, desenhista de historias em quadrinhos, teve experiência com animação na Inglaterra e no Canadá, onde absorveu muitas influencias. O “timing” dos personagens, por exemplo, veio da terra britânica. Segundo Chomet, o personagem pode não estar fazendo nada, mas se na hora certa ele fizer um gesto, ele dá vida à ação e uma série de outros acontecimentos. Dentre outros prêmios, o filme foi indicado a dois Oscars e foi para a seleção oficial do festival de Cannes.

Um tom melancólico e saudosista predomina na primeira metade do filme, evidenciando a solidão dos personagens, sufocados pelo inevitável progresso das grandes cidades. A trilha, criada por Benoít Charest parece ser mais um personagem do filme, insubstituível.

Com um traço impressionista, a fotografia é marcante. Diferente do olhar Disney e dos desenhos japoneses, o filme brinca com a sensação de que tudo foi feito a mão, dando um efeito rústico para a obra, um clima meio aquarela. Cada cena é detalhista ao extremo, os personagens têm tiques, manias, é possível perceber suas sensações pelo olhar, que nos cativam ao longo do filme. O nível de detalhes é tão intenso que é possível notar um cartaz do filme “AS FÉRIAS DE SR. HULOT” de Jacques Tati, enfeitando a sala das velhinhas trigêmeas além de que na cama, as irmãs se esbaldam de rir assistindo a “Escola de Carteiros” (L'École des facteurs, 1947), um dos melhores curtas do diretor. Tati é o diretor de fotografia do filme, reconhecido por construir atmosferas por meio de sons e mímicas.

O uso das cores é milimetricamente calculado: tons pastéis e quentes para dias e momentos alegres e cores frias e sombras para a noite e momentos de suspense.

Definitivamente é um filme de detalhes. Filme para ser analisado e não somente assistido. Fica evidente a sátira aos norte-americanos, gordos e comilões, crítica que Chomet já havia feito no seu curta “La Vieille dame et les pigeons” (1998). Tem até uma referência com a chuva de sapos de Magnólia (de Paul Thomas Anderson, 1999). O fato das heroínas da trama serem três velhinhas trigêmeas e uma senhora idosa, já é uma grande ironia. O corpo dos personagens é muito valorizado, pois como não podem ser reconhecidos pela voz, são reconhecidos pela forma.

Apesar de ser animação, não é um filme leve, infantil, para toda a família. É um filme para quem gosta de arte e de cinema. Que exige atenção, reflexão do espectador. Um filme que critica os “ismos” (imperialismo, capitalismo e consumismo) e que é ao mesmo tempo, emocionante, sensível, delicado. Comédia e drama se misturam numa dança harmônica formando uma das melhores e mais inteligentes animações desta década.

Tatuagem ou maquiagem?

 
Está com pressa para sair? Nao tem tempo para se maquiar? “Seus problemas acabaram…”


A gênia dessa invenção só poderia mesmo ser uma mulher. A maquiadora americana Irina Iosilevich realiza o sonho de toda mulher que gostaria de ter “aquela” maquiagem de revista, mas nao consegue fazer sozinha. O kit Color On Professional é uma espécie de decalque que é aplicado nas palpebras ficando uma sombra perfeita e uniforme. Existem kits com 10 ou 20 aplicações e tem um pó especial que dá efeito cintilante na sombra. Detalhe: a maquigem pode ser esfumaçada com os dedos para um efeito mais suave. Um sonho!

Arte em Livros - Brian Dettmer

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Os livros podem ser obras de arte nao só pela maneira como inspiram pelas palavras ou pela viagem que nos oferecem em suas histórias. Brian Dettmer, inovou e resolveu fazer usar o livro como materia prima de suas obras.

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O artista esculpe nas paginas dos livros com precisão de um cirurgião. O papel acaba por revelar ligações inesperadas entre palavras e imagens e, assim, libertar significados escondidos nos estratos das linhas.