“Cultura é aquele todo complexo que inclui o conhecimento, as crenças, a arte, a moral, a lei, os costumes e todos os outros hábitos e aptidões adquiridos pelo homem como membro da sociedade”. Edward B. Taylor

quinta-feira, 7 de abril de 2011

O poder das midias sociais na democratizacao de um pais – #Obama2012

Seguindo o sucesso da ultima eleição dos Estados Unidos, o presidente Obama resolveu usar das redes sociais como ferramenta para anunciar a sua intenção em se recandidatar as eleições presidenciais de 2012. Pelo facebook e twitter, antes de dar qualquer palavra aos jornais e TVs,  as intencões do candidato foram anunciadas utilizando apenas 20 caracteres e um video. A campanha deixa o mote: “2012, BarackObama.com”.

No facebook, o video ja foi aprovado (via botão “gosto”) por mais de 19 milhões de pessoas de todo o mundo, e no twitter, ja existe a hashtag #Obama2012, para que os simpatizantes não percam nenhuma noticia da futura campanha.

Ate então, a campanha promete ser bem invoadora. A comecar pelo anúncio. Mesmo usando as redes sociais antes das eleições de 2008, nesta época, o anuncio oficial foi feito por Obama diante das cameras de TV.  O slogan, desta vez, será “Começa com a Gente”, ilustrada pelo video, em que o o candidato não aparece, e sim, cidadãos americanos demonstrando seu apoio a continuidade do atual presidente. A mensagem é clara: assim como na ultima eleição, será preciso ajuda da população para que a mensagem seja disseminada e a campanha, localmente, tenha efeito.

Além do facebook e twitter, um email também foi enviado para os eleitores cadastrados no comite de campanha de Obama (em 2008). No email, o mesmo conteúdo, com um texto adicional dizendo que  Barack havia decidido “não fazer publicidade cara e extravagante” nas redes de televisão em sua “campanha final”, mas de apoiar-se em “pessoas dispostas a falar com os vizinhos, colegas de trabalho e amigos” e em “avançar quarteirão a quarteirão”. O mesmo texto foi disponibilizado em seu site.

Pode-se dizer que o momento do anúncio foi bem propício. Os conflitos no mundo arabe ja estão mais controlados, e na semana anterior, o governo Obama havia divulgado mais uma redução na taxa mensal de desemprego, de 8,8% em março. O que nos faz acreditar que ele tem por traz uma competente equipe de marketing, com um planejamento estratégico bem estruturado.

Obama é o único candidato do partido democrata até o momento, mas pelo menos oito possíveis concorrentes ja se preparam para entrar na disputa. Conforme a tradição política norte-americana, o volume de recursos conquistados tende a definir o vencedor das eleições. Sobre a antecedencia dd divulgação da campanha, Obama explica “A gente sempre sabe que as mudancas duradouras nunca vem rapidamente ou facilmente. Isso nunca acontece. Mas o meu governo e a população de todo país, lutam para proteger os progressos que tivemos. E fazer mais. Nos precisamos comecar a mobilização para 2012, muito antes de chegar a hora para eu começar a campanha a sério”. (Tradução livre)



"Estou pedindo a vocês que acreditem. Não apenas am minha habilidade de trazer uma mudança real em Washington... Estou pedindo para que vocês acreditem nas vossas." (Mensagem de abertura do site)



5 comentários:

Kiko Mourão disse...

O próximo post poderia ser sobre o poder das mídias sociais na revolucao do mundo árabe

Tassia Corina disse...

Sim, Sim!! Pensei em colocar nessa materia, mas ia ficar muito grande! Pode deixar que vou tecer um comentario sobre as mídias sociais na revolucao do mundo árabe! Obrigada pela sugestao! :))))

Fabrício Passos disse...

Será que esse título está realmente correto?

Os EUA podem ser considerados uma democracia já estabelecida e consolidada. Mesmo com suas peculiaridades: a existência de praticamente apenas 2 partidos, resistência em reconhecer a cidadania de imigrantes (principalmente os ilegais), a discrepância de seus valores e os tipos de aliados que governo estadunidense tem ao redor do globo, o trato com estrangeiros presos suspeitos de terrorismo etc.

Acho que a principal função das redes sociais na última eleição estadunidense diz respeito a motivação, ao engajamento dos eleitores etc. Isso em um contexto de contestação, de desejo de mudança etc. E vale lembrar que a campanha de Obama não tinha grandes recursos e a internet caía com uma luva, já que a campanha eleitoral lá não contempla anúncios gratuitos em redes de televisão.

Outra coisa, até que ponto as redes sociais são realmente inovadoras? Tais redes já existiam de certa forma antes da internet no ambiente social real. Nossas redes de relacionamento, a forma como nos comunicamos de maneira informal em uma conversa frente a frente, a possibilidade de qualquer pessoa se expressar suas opiniões com as pessoas próximas(em um ambiente democrático, aqui talvez caiba uma melhor análise da questão árabe), tudo isso existia fora dos meios de comunicação de massa nas sociedades tidas como democráticas. A inovação está apenas em trazer toda essa experiência para uma mídia de massa e amplificá-la em grande escala.

As eleições estadunidenses também sempre foram marcadas pela participação das pessoas comuns no front da disputa. As pessoas já procuravam os amigos e vizinhos. Montavam comitês e recolhiam dinheiro para a campanha dos candidatos. Obviamente isso foi amplificado pelas redes sociais e por um contexto de desejo de mudança e participação. Mas será que com o governo de Obama derrapando isso continuará sendo uma verdade? De qualquer forma, torço para que ele ganhe essa nova eleição. E com toda a informação bacana que você colocou, as mídias sociais devem realmente ser usadas. Mas vamos ver com que tipo de sucesso.

Tassia Corina disse...

Fa, adorei seu comentário. Traz considerações muito pertinentes. Talvez realmente o titulo nao seja o mais apropriado, o que eu quis ressaltar foi justamente a participação popular e a democratização da voz do povo, que têm encontrado cada vez nas mídias sociais e na internet um meio de se expressar e fazer valer suas opiniões! :) Obrigada!!!!

Fabrício Passos disse...

Perfeito então! Talvez no caso árabe o título caberia ainda melhor.
Acho que a gente só tem que tomar cuidado para não ficar muito maravilhado com as tecnologias e esquecer que as pessoas também vivem fora do ambiente virtual. Mas obviamente que elas tem ajudado (algumas outras vezes atrapalhado) o que acontece no mundo real.