“Cultura é aquele todo complexo que inclui o conhecimento, as crenças, a arte, a moral, a lei, os costumes e todos os outros hábitos e aptidões adquiridos pelo homem como membro da sociedade”. Edward B. Taylor

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

O artista vai mesmo onde o povo está


Na Europa, em cada esquina há um artista de rua. Pessoas tocando instrumentos, cantando, dançandopintando, contando piadas e até pulando corda. Não importa idade, cor, sexo, raca, nem o talento que se tem. Para mostrar suas habilidades e ganhar um dinheirinho, os artistas põe a cara pra fora e decoram as ruas das grandes metrópoles, inspirando o cotidiano dos cidadãos.  E por aqui, uma coisa é certa: dificil ver alguém tentando falsear um talento. Todo mundo que se apresenta ao ar livre tem, de verdade, muita habilidade.

Cover dos Beatles em Londres

No Brasil muitos artistas também tentam a sorte nos sinais e praças. Nesse caso, nem sempre tão preparados ou dotados de uma habilidade extraordinária, mas sempre dispostos a trazer mais alegria as rotinas atarefadas das grandes cidades. Talvez por causa do problema de violência e criminalidades no país, muitos artistas são mal interpretados. Além disso, muitas famílias exploram suas crianças, mandando-as despreparadas para apresentarem-se, apenas para trazer mais um "trocado" pra casa, banalizando a profissão. 

Por isso, hoje, para os profissionais que ganham a vida e levam a sério a profissãoé preciso mais ordem. O preconceito da população e a repressão de policiais e fiscais, não podem se tornar impedimento para tal atividade. Sendo assim, eles se organizaram e exigiram da prefeitura de São Paulo, apoio e regulamentação

Para saber como a história continua, veja a matéria publicada pelo site As Boas Novas:

"Desde 20 de julho, os artistas de rua estão liberados para trabalhar na cidade de São Paulo. Apesar de usarem um espaço  um espaço público para realizarem seus trabalhos, esses profissionais vinham sofrendo com restrições de policiais e fiscais municipais que alegavam que as apresentações atrapalham os pedestres e faziam mais barulho do que deveriam.

Insatisfeitos, os artistas se mobilizaram e negociaram com a prefeitura da cidade uma portaria para regulamentar a atividade. Agora, músicos, atores e outros artistas têm liberdade para abrir rodas de apresentação e montar pequenos shows nas calçadas, praças e parque. Há, no entanto, algumas regras: o respeito ao limite de barulho, principalmente perto de residências, e a liberação de pelo menos 1,2 metro nas calçadas para pedestres. Para montar estruturas grandes, como palcos e iluminações, ou para usar parques, as autoridades devem ser comunicadas.

Segundo Celso Reeks, representante dos artistas nas negociações com a prefeitura, dificilmente o pedido para uso do espaço público será negado, já que a autorização funcionará mais como formalidade. “Essa portaria não está nos dando um presente. Está só reforçando um direito, já garantido na constituição: o da liberdade de expressão artística em qualquer local sem risco de repressão e o direito do Estado de garantir o acesso da população à cultura”, diz.

Celso é integrante da Cia Nau de Ícaros, que faz apresentações de dança e circo tanto em locais fechados quanto na rua. Segundo ele, o espaço público garante uma interação mais direta e democrática com as pessoas, já que a arte é aberta a qualquer um. “As ruas são os locais de apresentação mais antigos e é muito importante para o artista poder usar a arquitetura da cidade como parte de seu cenário”, afirma.

Um dos pontos polêmicos da portaria era a liberação do “passar o chapéu”, quando os artistas recebem contribuições do público. Celso conta que presenciou casos em que fiscais municipais não permitiam que o público desse dinheiro aos artistas, pois seria um pagamento informal. A nova portaria garante que eles recebam o dinheiro, porque é um tipo de “doação espontânea que não precisa ser declarada”.

Nenhum comentário: